[ABC da Educação Inovadora] C de Competências do Século 21

Por Clarissa · 27 de julho de 2017

Tem muita coisa bacana e relevante para uma Educação Inovadora que começa com a letra C: curiosidade, comunidade, conexões humanas… Uau! Mas vamos falar de um conceito central para inovação em educação, e daí a gente vai costurando juntos a curiosidade, a comunidade e as conexões humanas no caminho da nossa leitura e reflexão. E olha que essas três coisas tem tudo a ver com o tema desse post, as competências ou habilidades para o século 21. Muito se tem ouvido sobre essas tais competências. É um assunto que vem sendo amplamente discutido nos meios educacionais e pela sociedade em geral, e que está invariavelmente atrelado à inovação em educação. Mas afinal de contas, o que são essas competências e por que são consideradas “do século 21”?

 

 

O que é

Sem muito rodeio, vamos logo direto ao ponto: é um conjunto de habilidades consideradas necessárias para se navegar o mundo do século 21, um mundo em que as inovações vem gerando rupturas cada vez mais surpreendentes em mercados considerados sólidos por décadas (ou séculos, como no caso da Educação), e um mundo em que a tecnologia avança com muita rapidez. Nesse sentido, novos comportamentos culturais, hábitos de pensar e agir – habilidades, competências – estão sendo cada vez mais valorizadas pelo mercado de trabalho de hoje, que clama por profissionais mais criativos, capazes de se adaptar rapidamente às mudanças velozes do mercado, que tenham iniciativa e liderança, e que sejam tecnicamente preparados para inovar – a palavra de ordem dos dias de hoje (inove ou seja engolido por quem inovou antes de você).

Os 4 C’s

O termo “os 4 C’s” vem do inglês, pois descreve as quatro competências fundamentais para o século 21, que em inglês começam com a letra C. São elas “critical thinking” ou pensamento crítico, “collaboration” ou colaboração, “communication” ou comunicação e a competência central – “creativity” ou criatividade, que é representada no esquema abaixo como sendo a interseção entre as três primeiras competências, da qual nasce a inovação.

 

 

Porque isso é importante

Esse esquema serve como um modelo que tem sido adotado por escolas que buscam inovação no processo de ensino-aprendizagem. Líderes educacionais e educadores estão redesenhando os currículos e a forma como o conteúdo é trabalhado no percurso escolar de forma a incentivar os comportamentos e hábitos de mente necessários para que os alunos desenvolvam essas 4 competências. E o que cabeças de vanguarda na Educação tem defendido é que as tecnologias digitais, ou TICs (tecnologias de informação e comunicação) tem um papel importantíssimo na construção de processos pedagógicos que fazem mais sentido e são mais relevantes nos dias de hoje. Ensino híbrido e metodologias ativas são termos que ouvimos falar mais e mais nas rodas de educação inovadora hoje, e envolvem o uso e o domínio de TICs, tanto por parte do professor quanto do aluno, e todos os atores da escola.

A escola que temos hoje ainda é, em muitos aspectos, a mesma escola do século 19. Uma instituição que promove hábitos culturais contrários a todo esse movimento inovador acelerado dos dias de hoje, assim como ao perfil do indivíduo autônomo, provido de consciência crítica e criativo. Hábitos como obediência, conformidade e uniformidade, desempenho medido por provas e notas numéricas, competição entre alunos e um professor como autoridade absoluta do conhecimento entre quatro paredes de uma sala de aula onde os alunos, muitos alunos (40 a 50) se sentam em fileiras, silenciosa e passivamente, esperando a transferência do conhecimento. Não é à toa que Sir Ken Robinson defende que as escolas estão matando a criatividade em seu célebre e relevante TED talk.

O que fazer então? Sair adotando as últimas tecnologias desenfreadamente, comprando tablets e laptops para cada aluno, substituindo o ensino centrado no professor pelo ensino centrado no projetor de apresentações? Eu respondo um alto e sonoro ‘Não!’. Nada disso é inovação de verdade. Inovação de verdade é inspirar e capacitar os educadores de forma que eles mesmos desenvolvam as competências do século 21, para que entendam o que realmente significa ser um cidadão, e principalmente um educador do século 21. Esse é o professor que será capaz de preparar nossos jovens, ou melhor, de serem mentores dos jovens que inventarão as profissões que ainda não existem e que continuarão contribuindo pro avanço do mundo com criatividade e inovação.

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Clarissa

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