Talvez o maior legado que trago comigo em minha jornada como profissional e ser humano é o questionamento, o pensar por diferentes ângulos. Tive um lapso de clareza quando entendi que minha habilidade de raciocínio crítico vinha da minha infância, no Ensino Infantil e Fundamental. Tive a sorte de ter pais que sempre valorizaram a educação e colocaram eu e minhas irmãs no Branca de Neve, uma escola montessoriana em Brasília. Olhando para trás é nítido que o que tive lá trás de estímulo, diferenciação e personalização no aprendizado (não! isto não é nada novo) veio daquela época. E raciocínio crítico, questionamento, exploração, descoberta faziam parte do currículo em toda a sua extensão.

Sabemos que hoje, mais do que nunca, há no mercado uma demanda por jovens profissionais com competências e habilidades que devem ser articuladas e apreendidas enquanto estão na escola para futuramente exercerem em plenitude todo o seu potencial nas áreas de atuação que definirem para suas carreiras.
Um estudo do The Economist, encomendado pelo Google, mostra que o que é mais valorizado pelos CEOs das grandes empresas no mundo são resolução de problemas, trabalho em equipe, comunicação, raciocínio crítico e criatividade. E todos eles necessitam de um foco em práticas de sala de aula que reforcem este mindset no jovem para serem solucionadores de problemas que sabem colaborar e buscar respostas para os desafios de forma criativa, crítica e pragmática.
Mas como fazer isso?
Aqui vão algumas dicas do ideas.ted.com que o educador Brian Oshiro compartilhou de como estimular o desenvolvimento do raciocínio crítico nas crianças.
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Vá além do “O Que?” – Explore o “Como” e “Porque”
Sabe o Círculo Dourado do Simon Sinek? Que tal aplicar a ideia aqui também? Comece pela parte interna do círculo perguntando sobre o porquê e o como. Questione com seus alunos além do óbvio de uma pergunta que tem resposta no Google eu que está nos níveis mais baixos de domínio cognitivo como recordar e entender. Começamos a trazer mais profundidade e complexidade com os porquês. Então, o professor Oshiro fala, por exemplo, que em vez de perguntarmos sobre “Quais são as causas mais comuns da mudança climática” (que é ape
nas “listar” fazendo uma simples pesquisa), devemos explorar perguntas como, “Como exatamente que ‘X’ causa mudanças climáticas?”, “Como as mudanças climáticas podem impactar a forma como vivemos em nossa cidade?”, “Porque devemos nos preocupar com as mudanças climáticas?” E se localizarmos as perguntas para algo que seja parte da realidade dos alunos, ainda melhor, “Porque nossa cidade deve se preocupar com as mudanças climáticas?”
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Continue com um “Como você Sabe Disso?”
As evidências do que os alunos estão falando são importantes para desenvolver uma linha de raciocínio lógica e faz com que reflitam sobre a fonte das informações e o que realmente é válido como argumento.
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Explore as diferentes perspectivas sobre o tópico
Um movimento empático de pensar no outro também é importante no processo, o que também estimula o pensamento crítico e criativo com perguntas como, “Como as mudanças climáticas podem afetar o país X ou a cidade X?”, “Porque as pessoas morando no país X ou na cidade X devem se preocupar com as mudanças climáticas?”
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E finalize perguntando sobre como resolver o problema
Neste processo, é importante também dimensionarmos e darmos foco à pergunta. Algo na direção de “Como podemos abordar e solucionar a causa X das mudanças climáticas?”, “Qual solução financeira|política pode contemplar a causa X das mudanças climáticas?”
Oshiro ressalta a importância de ajudarmos os alunos a pensarem por eles mesmos, e é este o grande legado que tive em minha educação e que faz toda a diferença na minha carreira hoje. E você como tem ajudado seus filhos e alunos no caminho para a autoreflexão e uma visão crítica do mundo?